terça-feira, 22 de novembro de 2011

Experiência ou Percepção de vida

Porque temos tanta dificuldade de respeitar as escolhas dos outros? Porque acham que as suas são melhor do que a dos outros? Até acredito que algumas sejam por experiência, porque já viveram algo parecido, e considero genuinamente que devemos aprender com a experiência de outras pessoas, seja de sucesso ou de insucesso. Mas receio que a grande maioria das vezes não se trate disso, e simplesmente por julgamento, por julgarmos que o nosso estilo de vida é melhor do que de outras pessoas. Será que quando julgamos pelo menos conseguimos separar o joio do trigo? Fazer esta reflexão do que é a minha experiência e o que é a minha percepção?
A experiência geralmente tem atrelado a ela fatos e dados, que permite no mínimo você argumentar porque o melhor caminho seria por este ou por outro. Mas a percepção não, esta é somente sentida, não necessariamente ela se tornará um fato, é apenas a nossa visão dos possíveis fatos. E daí é muito difícil você prever o que pode acontecer.
Enfim, a verdade é que isto tem me incomodado muito ultimamente, e ao mesmo tempo me reconheço muitas vezes fazendo julgamentos parecidos. Talvez seja esta uma grande oportunidade de dar continuidade a minha reforma intima, e ao que eu tento colocar em pratica todos os dias: não faça aos outros o que vc não gostaria que fizesse com você. Porque se pararmos pra pensar, mais julgamos do que procuramos entender a verdade do outro, as escolhas e simplesmente entender que ele (a) é feliz assim!
Uma vez meu irmão me disse que na vida não existe o certo e o errado, pois o mesmo é relativo, quando falamos de estilo de vida. Isto soou meio confuso pra mim no primeiro momento que ouvi, pois confesso que tive uma criação bem pragmática e cartesiana (isto é certo/ isto é errado, lei do homem, lei de Deus...leis e mais leis) nada muito diferente do que se pregava a sociedade aí fora, e ainda hoje a sociedade pensa na maioria das vezes assim, mas o mundo tem mudado muito, tem tido movimentos que nos forçam a pensar de forma tridimensional, a tal geração Y, e não é a toa que dizem que se muitos pais não saírem de suas zonas de confortos e irem buscar progredir, estudar, terão dificuldades de criar ou acompanhar seus filhos.
Apesar do pragmatismo, meus pais foram buscar algo mais espiritual e menos racional para guia-los e ajudar em nossa formação. Eles nos permitiram conhecer uma filosofia de vida que nos permite muito questionar, mas também tem um quê de pragmatismo, pois também te dá direcionamentos de caminhos: porta estreita e porta larga, ou talvez seja o nosso modelo mental que ainda nos faça encará-la desse jeito. Enfim, mas o que eu mais gosto desta filosofia/doutrina ou como queiram chamar, é o livre-arbítrio. Somos responsáveis pelas nossas escolhas, pelas consequências também, e apesar de querermos sempre evitar as consequências ruins, nossa falta de fé (ainda que momentânea) nos faz esquecer que é dos erros que vem nossos maiores aprendizados. Como seriam nossos aprendizados se não errássemos? Talvez não tivesse o mesmo significado dos aprendizados que também temos com nosso sucesso.
Acho que a conclusão que eu chego pelo menos agora é que a visão de mundo de cada um é pra si. Você pode até compartilhar se quiser, eu gosto muito de compartilhar a minha. Você pode se surpreender, pois ela pode provocar movimentos positivos nas pessoas, mas isto não deve se tornar uma expectativa! Se provocar ótimo, senão que sua consciência esteja tranquila quanto ao fato da sua visão de mundo ser o que você acredita que tem que ser, e que ela lhe faz feliz, e se um dia algo estiver errado nela, a própria vida vai te mostrar.
Não precisamos impor isto a ninguém, nem forçar a barra porque nos julgamos mais experientes, vividos e certos. Sem a pretensão de desmerecer os mais velhos, mas a maturidade e a sabedoria das pessoas não estão na idade, mas na forma como você absorve os aprendizados de suas experiências, e as mudanças que se faz a partir disso.
Desejo que a gente se apegue mais na experiência e do que aprendemos com ela, e menos nas percepções. Que a gente se permita trocar, ouvir ativamente o outro, se abrir para outros modelos mentais, e quem sabe assim sejamos mais surpreendidos, afinal independente da idade, sexo, gênero, credo e cor, somos eternos aprendizes diários desta bela experiência que é a vida.
Grande beijo!
R.G

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